quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ADMINISTRAÇÃO ECLESIASTICA

Amados irmãos, tenho lido vários livros que abordam questões relacionadas a Administração Eclesiástica, todos excelentes e escritos por servos de Deus, preocupados com a expansão da Obra, porém não encontrei nada mais contundente sobre a administração financeira para igrejas. Não sei se essa falta se deve ao fato de não existir profissionais nessa área dentro do ministério (embora eu não acredite nessa possibilidade) ou se por ser um assunto delicado, não há interesse no tema. A correta gestão financeira é para a organização, tão importante quanto o coração é para o ser humano. O problema é que muitas vezes espiritualizamos tudo, inclusive a administração financeira. Quando o correto é tratarmos as questões administrativas de uma forma mais técnica.
A igreja de Cristo, de certa forma, tem as mesmas demandas que uma empresa; quando falo assim estou me referindo a igreja como CNPJ. Esta igreja precisa cuidar da sua saúde financeira, do seu patrimônio intelectual (Gestão de Recursos Humanos), do seu imobilizado (Bens), da sua imagem (marketing e propaganda) e assim por diante. Por isso reitero minha posição sobre a necessidade que a igreja tem de contratar um especialista em administração e gestão financeira. Eu faço essa afirmação porque vejo muitas igrejas com dificuldades financeiras ( principalmente as ADs), por mal gerenciamento. Às vezes o dinheiro até entra, mas é usado da maneira incorreta, sem planejamento, sem controle, sem o cuidado que é devido. Não pretendo em momento algum suspeitar que determinados lideres estão furtando ou desviando o que pertence ao Senhor para seu uso próprio. O objetivo deste comentário é fazer uma discussão sobre gestão financeira nas instituições religiosas
Alguns questionam: como saber o quanto vou arrecadar no ano ou nos próximo anos? Já que dependemos da fé e da boa vontade dos nossos membros? Não existe como planejar.
Assim como as lojas não sabem o quanto vão vender, o governo não sabe quanto vai arrecadar de tributos, a igreja também não sabe o quanto vai arrecadar com dízimos e ofertas, mas em todos os segmentos é possível ter uma noção usando ferramentas estatísticas.
As empresas administradas profissionalmente usam a ferramenta chamada fluxo de caixa, com esta ferramenta é possível prever toda a movimentação financeira da semana, mês ou ano. Dessa forma é possível saber antecipadamente quando haverá falta ou sobra de recursos financeiros. O fluxo de caixa não diz se a empresa vai ter lucro ou não, mas sim o quanto de dinheiro que vai entrar e sair num determinado período, para saldar os compromissos assumidos nos prazos estipulados, sem ou com a necessidade de capital de terceiros.
No governo Federal, Estadual e Municipal, o executivo usa o PPA- Plano Plurianual. Este plano é elaborado pelo Chefe do Executivo no seu primeiro ano de governo e enviado para a apreciação do legislativo, nele contém as projeções para os próximos quatro anos. São feitas projeções de arrecadamento com impostos, taxas, contribuições e todas as despesas fixas, variáveis, além de projetos e obras. Anualmente o PPA é detalhado na LOA e na LDO (mais informações sobre PPA-LOA-LDO consulte a página política). O governo toma como base para as suas projeções os dados fornecidos pelos órgãos estatísticos oficiais, desta forma o gestor público sabe exatamente o quanto tem e quanto pode gastar, quando vai precisar de empréstimos, etc.
Nas organizações sem fins lucrativos, ou mais especificamente nas igrejas, também é possível prever toda a movimentação financeira durante o mês, ano ou próximos anos. O gestor eclesiástico que dispõe dessa ferramenta com certeza dorme mais tranqüilo, pois sabe exatamente o quanto tem em caixa, sabe as despesas fixas, variáveis, custo fixo e variável e se terá condições de saldar todos esses compromissos ou necessitará recorrer a bancos ou a outra forma legitima de cobrir o caixa.
Concluindo esta introdução sobre gestão financeira para igrejas, eu quero convidar os pastores e dirigentes de igrejas a buscarem ajuda dos profissionais em gestão financeira. Estarei passando algumas dicas, mas de uma forma bastante genérica, porque gestão financeira precisa ser tratada individualmente, mas a regra geral á aplicado a todas.

Um comentário:

  1. Caro Gesiel,
    Este artigo pode trazer interesse para muitos, mas também é odiado por uma grande maioria. Chiavenato, “Teoria Geral da Adminstação” trata este tema como o terceiro setor, isto devido à ausência do primeiro setor (estado), a omissão do segundo setor (privado),Qualquer uma dessas instituições deve proceder de acordo com as leis vigentes no país. É considerável o crescimento destas organizações no Brasil, também é inegável o crescimento dos escândalos financeiros que tem colocado em duvida a credibilidade da sua principal função que é “Pregar as boas novas de Cristo”, estas deficiências administrativas e financeiras nem sempre é de má fé, mas sim do despreparo e desconhecimento de muitos lideres que ocupam estes cargos, normalmente a diretoria das instituições são compostas por pessoas com uma excelente reputação e uma vida ilibada na comunidade, porém não preparadas para ocupar tais cargos, ou mesmo representa-lás, não sabem que a diretoria é co-responsável pelos bens tangíveis e intangíveis da organização, deve se observar que a boa vontade não são os principais requisitos para ocupar estes cargos, é necessário a profissionalização de cargos administrativos. Uma boa gestão administrativa no terceiro setor deve siguir o exemplo dos demais setores, que no mínimo as instituições possuam:
    1º - Documentação obrigatória para seu funcionamento (estatuto social, registro em cartório, CNPJ, alvará regimento interno, etc...);
    2º - Transparência na gestão administrativa;
    3º - Planejamento orçamentário a curto e longo prazo;
    4º - Controle interno contábil e financeiro;
    5º - Comprometimento da diretoria na aplicação dos recursos; e
    6º - Fiscalização dos membros/associados na execução dos projetos.


    Pb. Ernesto Fagundes
    AD - Campina Gde do Sul – Pr.

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37 anos, casado, Graduado em Administração de empresa e pós graduando (MBA) em Gestão de pessoas. Diácono na Assembleia de Deus em Campina Grande do Sul/Pr

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